terça-feira, 27 de setembro de 2011

“eu tenho de te dizer, meu bem, que eu sou uma verdadeira tempestade. aqui dentro não existe meio termo, não fica nublado… aqui dentro só cai tempestade de granizo ou fica tudo ensolarado. é por isso que hoje eu te faço uma espécie de pedido desesperado. hoje em dia acho que o que mais precisamos é de falta de compromisso. sei que de primeira parece até ideia de jerico mas depois de analisar os fatos sei que você vai concordar comigo. precisamos de leveza. precisamos de menos exagero… sei que a culpa é toda minha. o mal-me-quer tem sono leve e eu pareço um tornado, com tudo que há de bom e de ruim. eu até prometo consertar isso e ser menos estrondoso, meu bem. é por isso que te digo, com uma cara meio lavada demais, pra sermos menos, pra deixarmos correr naturalmente. o mal-nos-quer não dorme, só cochila e ele tá na nossa cola. temos de ser leves, entende? não podemos fazer movimentos bruscos. é por isso que eu te digo, se for pra ser, será, e se não for, vai ser, a gente dá um jeito. qualquer coisa a gente usa esse nosso amor todo como desculpa, pelo menos nosso exagero vai nos servir de alguma coisa. sei que meus planos nunca dão certo, que já te meti em uns buracos meio medonhos e que eu ainda não achei a saída desse meu maldito labirinto, mas te chamar de meu beija-flor é quase uma prece, e faz parte do meu plano. entende, meu amor, não quero te ver em apuros… beija-flores são rápidos, e leves, muito leves.”